Aqui do meu mundo o enxergo distante

Por detrás dos meus muros de religião e de menina, percebo suas diferenças.
 
 Porque eu lhe atraio? 
 
 Porque eu lhe distraio? 
 
 Serei sua nova presa? 
 
 Porque conta-me a sua vida?
 
 Porque confias à mim, tão pequena, pouco morena, doce serena, os seus velhos e novos dias?
 
 Sabe eu não sei quem sou. Perdida estou.
 
Mas o observo por trás das fendas dos muros que me protegem,
 
Ou serão apenas muralhas transparentes, que me enganam?
 
 Seu mundo me traz vontades que não sei explicar.
 
 Mas não posso ir até aí.
 
 Não!
 
 Não insista em devorar-me com teus olhos castanhos.
 
 Porque mencionas o futuro como se ele o pertencesse?
 
 Quem és você?
 
 Que me dominastes por tantos anos,
 
  Apenas por ser quem és!
 
  Eu não sei...
 
 Passaste aqui e vendeu-me sonhos.
 
 Sonhos esses, que me trazem alegrias, lágrimas, e angústias aos meus dias.
 
 Meus dias novos, que você mudou para sempre.
 
 Quem sou eu?
 
 Quem é você?
 
 Porque encantas-me ao ponto de pertencer unicamente a você?
 
 Algemastes minha alma na tu ao tocar minha pele?
 
 Que fizeste?
 
Diga-me!
 
 Se durmo percorre meus sonhos,
 
 Se acordo permanece em meus pensamentos.
 
 Mal posso viver?
 
 Mal posso morrer?
 
 Irás lembrar que hoje falei com você?
 
 Irá retornar?
 
 Não! Não vai!
 
 Nunca mais o verei.
 
 Quem sou eu?
 
 Quem é ele?
 
Vidro transparente.
 
 Panos a limpar.
 
 Você estalou um sorriso.
 
 E o coração fez acelerar.
 
 Você voltou.
 
 Trouxe cor.
 
 E dúvidas para todo o sempre.
 
 No espaço de tempo percorrido até aqui.
 
Na construção de uma esfinge que eu chamo de amor.
 
Amor à primeira vista, sim senhor!