DE saco cheio

Confesso-me de ''saco cheio''.
 
Tudo me irrita fácil. Cercada de pseudointelectuais na minha timeline, eu leio cada coisa ''idiota''.
 
Eu tinha treze anos quando ouvi a primeira vez da CPI, e eu já tenho vinte cinco e ainda ouço. Só que uma diferente, em que a gente parece que já sabe que não vai dar muita coisa. Lembro-me de mim ainda pequena, questionando o meu pai, que ainda vivo me explicou o que era. E o meu pai já havia vivido e ouvido falar de CPI. Ele faleceu e nada resolvido. E por incrível que pareça o meu pai que derramou seu suor sendo policial do DF e ''peão'' dessa falcatrua de país morreu sem direito à sua aposentadoria, morreu esperando na fila de um INSS o seu direito, que dia após dia, sob sol e chuva, lutou para obter. E já se passaram doze anos e eu detesto política e políticos. Ah, mas lá vem gente graduada me culpar por não gostar. Não gosto mesmo. Não me faça querer saber de uma coisa que me irrita toda vez que leio uma nova notícia ou ligo o telejornal e me dão de comer corrupção, corrupção. E mais corrupção. Poupe as minhas retinas de discussões rasas e sem fundamento nenhum. Poupe-me desses discursos de moda de internet! 
 
Me irrita saber dos gritos partidários. E que merda é essa mesmo? Vocês estão cegos, pqp!? E indiscutível dizer que houve melhorias nos campos da educação no Brasil e sim o pobre teve mais acesso há uma vida melhor. Mas olha a merda em que estamos. Não é crise. É roubo. Aos nossos bolsos e dos nossos futuros filhos. A aposentadoria do meu pobre pai. E me fazem questionar, se não a minha também. As pessoas estão acostumadas com seus programas sociais e não saem de sua zona de conforto. O melhor programa social é um emprego. Não se trata de classes nem de regionalismo. A questão aqui não é julgar. É ser sensato e dizer não aos partidarismos eloquentes no nosso país, e ver a situação como um todo. Notar que mudar é uma necessidade. 
 
Não dá pra negar o meu desprezo por ser governada por gente ambiciosa que nos deixa sem esperança. Que não nos olha com atenção. Uma vez, em certo dia onde o negativismo me cobriu um professor, amigo, amor, irmão me disse: "Você não pode perder a esperança. Você é o futuro do Brasil. São pessoas como você que fazem este país". E nessas palavras do profissional que labuta por um país melhor, que é humilhado e desvalorizado, me pego em dias tenebrosos como esse. 
 
Deixa eu ir ali, eu o povo, de uniforme surrado já estou, seguirei construindo o meu país, minha pátria mãe gentil. Coisa, me desculpem os intelectuais aí, que nenhum governo vai fazer. Qual é o preço da honestidade?