decifra-me

                                                                   
 
Cá estou sentado na frente do meu PC escutando uma moda de viola, viajando em pensamentos inúteis me vem uma vontade imensa de ser produtivo, mas como? Lembrei-me do convite feito por uma amiga querida para escrever, mas escrever com liberdade total, algo um tanto o quanto perigoso e irresponsável da parte dela.
 
Só que surgiu um problema escrever sobre o que?
 
 Lembrei de uma conversa que tive entre amigos na qual falávamos sobre a banalização dos sentimentos. Como algo que era pra ser carregado de emoção como um “eu te amo” tinha se tornado trivial. Decidi que seria sobre isso que iria falar. Rapidamente mudei de idéia é um assunto tão meigo, não tem nada a ver comigo.
 
Por que não falar sobre política, assunto que está em evidência. A crise moral e ética na política brasileira. Da falta de responsabilidade e planejamento que quebrou a nossa economia. Do idealismo extremo que fecha os olhos no que se refere à desonestidade de nossos representantes. Pensei bem, achei melhor não continuar, meu estômago já estava ficando enjoado.
 
Religião daria um belo tema, comecei falando sobre meu jeito estranho de ter fé. Divaguei sobre isso, mas vi que não conseguiria continuar sem citar algo que me incomoda, a forma com que as pessoas usam o nome do seu deus pra justificar os atos mais cruéis e sujos contra o seu próximo. Abandonei essa idéia também.
 
Tentei falar sobre minhas experiências amorosas na adolescência, mas me pareceu meio melancólico.
 
 Que tal minha paixão pela história? Melhor não, iria me perder falando sobre Napoleão, Alexandre o Grande ou sobre os horrores da Segunda Guerra.
 
 Do meu time de coração então nem pensar, fico meio irracional!
 
 Depois de tanto escrever e apagar decidi que a melhor forma de começar seria tentando me descrever, mas surgiu outro problema como falar de mim  se nem eu me entendo? Foi ai que compreendi que o único jeito de me expressar seria falar de tudo o que eu gosto ao mesmo tempo. Passar um pouco da minha personalidade intensa e complicada logo de cara sem clichês.  Daí saiu esta bagunça que de forma desconexa e descompromissada diz tudo sobre mim sem dizer nada, um sujeito tão indecifrável quanto a Esfinge!
 

Vinícius Barreto

Um leitor apaixonado, escritor despretensioso, um sonhador que vai longe, mas se recusa a tirar os pés do chão.