Eu não sou louca para casar

 
Que eu sou louca, todo mundo sabe. E que a minha loucura pode até ser dada como bonita, feia, chata, meiga ou apenas nata. Mas em meio a todas as minhas assumidas loucuras eu não sou louca para casar.
 
Já fui. Fui criada dentro de igreja, e meu futuro basicamente era firmado na teoria de casar, ter filhos e tudo isso que os grupos sociais impõem sobre as nossas vidas. Mas aí saindo desses muros de proteção, para me fazer como ser, perdi o encanto pela instituição "casório". Não que tudo o que vivi dentro de igrejas não seja mais levado em conta, pelo contrário, se tenho uma base de uma pessoa de boa índole, devo muito aos meus laços com a igreja. Ao rasgar-me para me fazer de novo, deixei muita coisa desnecessária na vida mas levo até hoje comigo bastante do que já fui.
 
Fui me distanciando de tudo que se dizia respeito ao casamento em si, porque nunca fui dessas mulheres que deixam as rédeas da vida nas mãos de outras pessoas. Sempre fui metida a frase da Ana Carolina "aprendi a me virar sozinha" . E me virava mesmo. O meu lado feminista errado que não se precisa de homem para nada, me fez me fechar para muita coisa na vida. Mas a gente cresce não é mesmo? Deixando alguns orgulhos de lado a gente vai notando com o passar do tempo que cada relacionamento é feito por ambos seres diferentes e diversos que se dispõem todos os dias a fazer dar certo. Aprendemos que nós mulheres fazemos de um tudo para dizer que não, mas precisamos dos homens sim. São seres com particularidades incríveis, assim como nós mulheres.
 
Fui deixando o meu olhar preconceituoso e superficial e adentrando nisso que se chama amor. E você começa a perceber que ser dois é melhor que ser um. Você vai notando que o seu modo de ver o mundo muda, diante das concepções de outras pessoas. Ano passado por exemplo, estava em um relacionamento muito conturbado com uma pessoa mais velha, andava no trabalho com mulheres mais velhas e casadas, e como o meu olhar mudou. Hoje aos 25 anos eu quero me casar porque acho lindo a disposição que as pessoas tem para isso. Sim, estou disposta a me casar. Eu escolho me casar. Quero, porque isso me faz bem. Porque não é um acordo religioso, social. Mas uma vontade minha. Não algo puramente romântico. Mas algo consciente. Me vejo pronta para dividir minha vida e somar na vida de outro alguém. Não precisa ser amanhã, depois ou daqui dois, três anos. Não importa o tempo, nem a hora. Nem se realmente isso vai acontecer na minha vida. É só uma decisão. Que depende de uma série de outras decisões, mas que não precisa se concretizar. 
 
O que tenho notado aqui dentro é essa tranquilidade em só observar as coisas sendo e fluindo na naturalidade. Sem desesperos. Talvez, quando deixamos nossas loucuras de lado e compreendemos o que realmente queremos, seja mais fácil de decidir e finalmente agir diante disso. Entendo agora, que se eu casar, vai ser por todas essas loucas e ao mesmo tempo sensatas conclusões. Sim, até para se casar eu tenho que pensar. Rs.