malditas Helenas ou Benditas
04/03/2015 21:15
Descalça. Entre os sofás, encapuzados ridicularmente de onças, da sala, Helena faz o seu mundo cinza girar.
Os aparelhos sonoros ligados em um volume estrondoso. Ela gira no retângulo frio formado pela falta de móveis. O chão está frio. O seu corpo quente.
Helena dança o Rock. Em um estilo frenético, mistura sensualidade com os embalos descompassados de seu quadril. Imagina cenas, faz caras e b...ocas. Sorri. Canta junto. Dança ao som de baterias e solos de guitarras. Gira a cabeça. Bate os cabelos. Sensualidade mesclando, gritando, sempre com coisas que ela não imaginava fazer. Deixou-se ser música. Bailarina. Se é que rock combina com o termo.
O ritmo aumenta, e seu cropped diminui. Os pulos e giros de Helena, são deveras excitantes. A cada nova batida na canção a calça de couro é mais colada no seu corpo. Descalça. Os pés revelam o seu branco e o seu cuidado com unhas vermelhas. Mais uma nota alta e um grito de sua banda favorita. Ela pula e gira sem parar e a mini blusa deixa a mostra como se quisesse o tempo todo, um sutiã preto e um convite totalmente absurdo, para apenas amigos.
Seu cabelo curto bate na batida da música de um lado para outro. O meu coração dispara. Ela dança e anda em minha direção. E me lança a mão. Eu penso: ''Óh não!''. Balanço a cabeça e balanço o corpo. Como se ela fosse sempre a certeza de que eu atestei o meu certificado de um mero "idiota", só para ver Helena soada, descabelada ao fim da noite, naquele chão frio.
A gente se beija meio sem jeito. Se pega meio sem jeito. E é a coisa que mais gosto em Helena. Ela finge que toda aquela sensualidade desajeitada era no fundo para que eu tivesse coragem de apertar o start de um romance que em nossos olhos já era mais que letra. Era música. Música dançante.
E depois do play a gente dançou. Olhou para o nosso céu cinza do telhado e pensou no que a gente havia feito. Ficamos em silêncio. Helena levantou-se, e escondeu os pés brancos e as unhas vermelhas nas botas pretas. Não fez alarde. Ficou sentada no sofá, me olhando girar com preguiça de me levantar. Ela engatinhou, como felina, fazendo uma conotação idiota com o tecidos do sofá, e encostou os lábios sobre os meus. Eu fiquei em silêncio. Olhando-a. Sentindo o seu hálito fresco. Hálito que convidava-me ao pecado. Seus olhos cerrados, se abriram e a mesma boca me perguntou:
_Porque será que a gente finge que nada acontece, quando no fundo, a gente sabe que tudo acontece?
Helena sorriu. Me puxou pela mão e me fez dançar de novo. Ela não queria respostas prontas. Eu sabia disso.
Ficamos ali dançando. Até que o mundo nos chamou de volta. Ela tinha mania de me fazer querer a eternidade de um momento. Talvez isso um dia vire música. Malditas Helenas. Ou bendidas. Não sei.
Os aparelhos sonoros ligados em um volume estrondoso. Ela gira no retângulo frio formado pela falta de móveis. O chão está frio. O seu corpo quente.
Helena dança o Rock. Em um estilo frenético, mistura sensualidade com os embalos descompassados de seu quadril. Imagina cenas, faz caras e b...ocas. Sorri. Canta junto. Dança ao som de baterias e solos de guitarras. Gira a cabeça. Bate os cabelos. Sensualidade mesclando, gritando, sempre com coisas que ela não imaginava fazer. Deixou-se ser música. Bailarina. Se é que rock combina com o termo.
O ritmo aumenta, e seu cropped diminui. Os pulos e giros de Helena, são deveras excitantes. A cada nova batida na canção a calça de couro é mais colada no seu corpo. Descalça. Os pés revelam o seu branco e o seu cuidado com unhas vermelhas. Mais uma nota alta e um grito de sua banda favorita. Ela pula e gira sem parar e a mini blusa deixa a mostra como se quisesse o tempo todo, um sutiã preto e um convite totalmente absurdo, para apenas amigos.
Seu cabelo curto bate na batida da música de um lado para outro. O meu coração dispara. Ela dança e anda em minha direção. E me lança a mão. Eu penso: ''Óh não!''. Balanço a cabeça e balanço o corpo. Como se ela fosse sempre a certeza de que eu atestei o meu certificado de um mero "idiota", só para ver Helena soada, descabelada ao fim da noite, naquele chão frio.
A gente se beija meio sem jeito. Se pega meio sem jeito. E é a coisa que mais gosto em Helena. Ela finge que toda aquela sensualidade desajeitada era no fundo para que eu tivesse coragem de apertar o start de um romance que em nossos olhos já era mais que letra. Era música. Música dançante.
E depois do play a gente dançou. Olhou para o nosso céu cinza do telhado e pensou no que a gente havia feito. Ficamos em silêncio. Helena levantou-se, e escondeu os pés brancos e as unhas vermelhas nas botas pretas. Não fez alarde. Ficou sentada no sofá, me olhando girar com preguiça de me levantar. Ela engatinhou, como felina, fazendo uma conotação idiota com o tecidos do sofá, e encostou os lábios sobre os meus. Eu fiquei em silêncio. Olhando-a. Sentindo o seu hálito fresco. Hálito que convidava-me ao pecado. Seus olhos cerrados, se abriram e a mesma boca me perguntou:
_Porque será que a gente finge que nada acontece, quando no fundo, a gente sabe que tudo acontece?
Helena sorriu. Me puxou pela mão e me fez dançar de novo. Ela não queria respostas prontas. Eu sabia disso.
Ficamos ali dançando. Até que o mundo nos chamou de volta. Ela tinha mania de me fazer querer a eternidade de um momento. Talvez isso um dia vire música. Malditas Helenas. Ou bendidas. Não sei.