Marketing Pessoal

 A minha geração aprendeu ver-se como um produto. Agem como se estivesse em um mercado, onde a moeda de troca é a aceitação. Investem tempo e dinheiro para ter uma embalagem sarada e com um visual atrativo de acordo com o padrão que a mesma sociedade prega e não hesitam em alterar sua personalidade para um modelo que seja mais atrativo aos outros.  
 
 Na realidade muita gente caminha nessa linha da "auto propaganda", e o problema disso é que, na maioria das vezes, essa propaganda é falsa.
 
 O marketing se baseia em mostrar apenas as vantagens do produto, fazer com que os clientes acreditem que o tal produto é o melhor e que não há comparação em relação aos outros. No marketing pessoal a coisa anda na mesma linha, as pessoas tentam mostrar apenas os seus pontos positivos, apenas aquilo que há de bom. Se apresentam como produto imperecíveis, e a busca é de estar na prateleira aonde apenas os melhores ficam. Mas a gente sabe que a realidade é bem diferente. Nós não somos produtos tão bons assim, e a verdade é que as vezes existem produtos bem melhores no mercado, e admitir isso é um belo caminho de se tornar melhor.
 
 A questão não está em ser um produto que contém alguns defeitos, para nossa sorte todos os produtos do mercado também têm. O problema está exatamente em manter essa máscara que desgasta o nosso "eu" verdadeiro em função de agradar aos outros.
 
 Ainda bem que há quem ainda prefira a velha forma de comprar, aonde o produto é conhecido através do contato, da convivência, onde se aperta para ver se é de qualidade, onde se conhece os defeitos, e também as qualidades. Onde você pode ser, simplesmente, você.

 

João Pedro Souza

"Fez um caminho para mim, por onde eu não poderia ir"