Morena

Não me peça pra que eu compreenda o teu amor.
 
Não o posso esse favor.
 
Peço-te!
 
Apesar que esforças-te
 
para isso,
 
digo:
 
Em todos os meu dias,
 
Minha guria,
 
nunca o fiz.
 
E não me feches teu rosto assim pequena.
 
Não avermelha teu nariz, morena!
 
Peça-me que eu o aceite?
 
Que me deite?
 
Que me deleite?
 
E ao amanhecer
 
Dá-me leite?
 
E ao anoitecer
 
Dá-me leito?
 
Dá-me o seu jeito!
 
E amor, até onde se sabe,
 
Mesmo que acabe,
 
sabedoria essa tão rasa,
 
Que se esvanece na brisa,
 
Torna-se nula...
 
Crua!
 
Jamais foi compreendido,
 
Mesmo que permitido.
 
Mas sempre foi aceitado,
 
embora multifacetado, pelos mais sóbrios Em opróbrios, E Loucos, E Poucos amantes, pensantes.