Morte
03/02/2015 21:55
Morte
Dizes que não tens medo da morte
Sorte! Pois eu sim. Insiste-se assim
Anestesiado, pouco amado, e que
Devo ser assim.
Mal sabes do medo da morte que se
Apossa de mim de que a morte que
Não temes seja teu fim!
Conhece-te, ama-te, morra por ti!
Ó amado, se tivesses, meu insano
Coração, se pudesses, por breve
Instante, com meu olhar inquietante,
Em melódica observação!
Aí saberias, sublime amor, que
Acabar-se em vida seria meu maior
Terror, tua morte, meu temor.
Dou-te a minha vida, não há amor
Maior. Entrego-me por inteira num
Singelo abraço, no obscuro espaço do
Tempo perdido.
Não há amor maior.
Muito pouco será dito, muito será
Sentido. Mas não te reprimas, amado.
Dá-me as tuas águas sedentamente,
Em mim frutificarás, viverás, ora
Branco, sereno, moreno, ora vermelho,
Convulsivamente, para sempre!
Meu Amor maior.