Paciência

Ouvindo Lenine, as lágrimas descem. Paciência.

Hoje cheguei da faculdade com o mundo nas costas. Talvez, depois de quase 10 bons anos sendo a irredutível fortaleza eu tenha me despedaçado no chão obscuro de mim mesma. E o pior... é que dessa vez, eu não consegui esconder. Todo mundo viu.
Todo mundo vê os meus olhos que antes brilhavam, recheados de olheiras. Todo mundo vê a desesperança nos meus ombros pesados, que eram leves.
 
E eu chorei... com a guitarra preta do Lenine. Chorei a minha raiva pela humilhação de tantas pessoas. Chorei o meu desespero pelo silêncio alheio. Chorei a minha raiva por as coisas darem errado. Chorei o meu ódio pela mentira alheia. Chorei as minhas frustrações. Chorei tanto. A vida é rara. A vida não para. E a lágrima caí mais um pouquinho. E com ela vai surgindo alívio.
 
E o choro da guitarra vai desenhando notas. E a gente tentando ser maduro. Buscando solução. Tentando lidar com a emoção. Tentando trazer racionalidade a tudo o que você acha que é infantilidade. Não... suspira... finge que isso tudo é normal... o mundo espera de nós... e eu espero do mundo. Maldita esperança. Humanos. Tão humano isso.
 
E eu olhei para os cabelos loiros do lindo Lenine e não é que esse filho de uma mãe bonita tem razão? Paciência coração. Paciência razão. Paciência professores. Paciência mundo. Paciência eu mesma. Paciência Deus. Paciência amigos. Paciência tempo. Paciência... porque eu não sei porra nenhuma ainda. Então não me cobrem nada. Hoje o meu corpo pediu um pouco mais de alma. E o resto? Paciência!